quinta-feira, 21 de abril de 2011
Ironia
Há quem tanto cresce em si
que passa a julgar insuficiente
quem lhes dedicou a vida,
até que as perdem,
e dói a falta.
É que na ausência de quem lhes amou
dão-se conta de que não são nada extraordinários,
e que foram convencidos pelo amor do outro,
que os via além da mediocridade.
E então, sentem saudade
da amorosa visão rósea
de apaixonados olhos míopes.
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2 comentários:
A verdade é que enxergamos os outros à nossa conveniência.No fundo sabemos que não são perfeitos,mas,enquanto nos for cômodo,aceitamos a imperfeição perfeita.Homens tendem a serem egoístas desde o berço,afinal nossas mães,ao menor sinal de choro ou até mesmo em fase a um resmungo nos acalanta e nos faz perceber que as mulheres sempre nos secarão o choro.Só que nos esquecemos que aquela que nos acalanta,também necessita ser acalentada!Vc,Buluca,não era míope,vc apenas se deu e não souberam te valorizar.Burros e ignóbeis não perceberam o tesouro que lhes foi entregue.Azar deles,que agora só possuem o consolo de saber que,mesmo por pouco tempo,vc os permitiu visualizar o quão maravilhoso é ser amado!
Perdoe a contraposição. Você lhes faz sentir toda a ausência. Não só os elogios. Não há em seu ser miopia. Róseo ver, por não acreditar o cinza. Para que percebamos a divindade que nos compõe, faz-se preciso que aqueles que a vêm nos digam. Ter-se prestado a esta delicadeza, não pode trazer o gosto amargo de rancor.
Perdoe a nós todos, que desejando dizer do nosso afeto, apenas reclamamos sua presença. Como Gestas e Dimas no Gólgota, ora reconhecemos a luz e por ela buscamos, ora dela sabemos, mas por nos faltar com ela sintonia, a repelimos. Perdoa-nos, por não sabermos o que fazemos.
A ti cabe olhares de cores e expressões doces. A nós outros, o beneficio desta convivência.
V. Gamaliel
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